sexta-feira, 22 de julho de 2011

Código Florestal Brasileiro - o que interessa são os fatos

A Europa inteira desmatou tudo, deixando menos de 1% da vegetação nativa; os Estados Unidos, 26%. Nós temos 62% da vegetação nativa. quanto queremos de reserva? quanto queremos de alimentos? o que queremos? desmatar ou não? a matéria abaixo apresenta fatos e não expressa nossa opinião. defendemos o meio ambiente com produção de alimentos,pasto com sustentabilidade, totalmente diferente dos padrões das ONGS e dos ruralistas defensores do desmatamento.



Há três tipos de produtores, que poderão ser enquadrados de forma diferente no novo Código Florestal.

Primeiro tipo de produtor: aquele agricultor que desmatou sua propriedade quando a lei permitia que assim fosse. Começando com Alysson Paulinelli, ainda no governo militar, o cerrado brasileiro foi desmatado na década de 70, até 1985. A reserva legal foi criada em 1989. Portanto, quando se criou a reserva legal no cerrado, os produtores já tinham desmatado as suas áreas. Esses agricultores estão punidos, multados injustamente. A multa deveria ser extinta imediatamente. A lei não pode retroagir para prejudicar, como está na Constituição.


Segundo tipo de produtor: aqueles que desmataram depois de 2008. Para esses, não tem conversa. Eles deverão recuperar todo o dano.

O terceiro tipo de agricultor: são aqueles agricultores que desobedeceram à lei, que cometeram crimes ambientais ou que cometeram infrações administrativas. Quero neste artigo falar deles! Em especial dos pequenos e médios agricultores, infelizmente, no Brasil tem uma máxima: a lei nunca pune os mais ricos.

s mais ricos têm dinheiro para recompor a sua reserva, comprar uma área para compensar o que desmatou e repor as árvores na margem dos rios.
Ficar à margem do rio 30 metros, 50 metros, 100 metros é quase nada, tem muita terra. Para um pequeno e médio agricultor, faz toda a diferença, pode ser a impossibilidade total de produção.

As pessoas se aproximam da beira d'água, principalmente os pequenos agricultores, porque os grandes agricultores bombeiam água que jogam a distância para irrigar as suas lavouras irrigadas, mas os pequenos não têm condições de fazer o mesmo.

Ocupar beira de rio não é crime, desde que não esteja usurpando e prejudicando a água. Quem é que disse que não pode ficar a dez metros do rio uma pequena horta, uma pequena roça de poucos metros, como vimos neste Brasil afora?

Quase 90% são pequenos e médios. Dados mais precisos, 86% são pequenos e 12% são médios agricultores.

E o que vai acontecer com os que praticaram crime ambiental ou praticaram uma infração administrativa?

No Direito moderno há penas alternativas até para criminosos de morte. Sendo assim, transferido para cestas básicas, para trabalhos comunitários, porque a sociedade entende que o benefício social é muito maior em uma prestação de serviços do que o cidadão ficar preso em uma penitenciária. As penas alternativas têm sido a prática do Direito no mundo todo.

No meio ambiente não estamos falando de assassinato, nem de tráfico de drogas, contudo de pessoas que produziram comida: arroz e feijão.

Portanto, se uma pessoa multada foi até o órgão ambiental e está se redimindo do seu erro, está recompondo a sua reserva legal, está recompondo a sua APP, por que continuar com a multa? Isso não é anistia.
O que interessa para o órgão ambiental e para toda a sociedade brasileira é que o dano seja recuperado.

O órgão ambiental não é Receita Federal, não é Secretaria de Fazenda, não é um órgão arrecadatório! É um órgão que fiscaliza, protege o meio ambiente e que faz com que as pessoas se reabilitem.

OBJETIVOS IMPORTANTES – NOVO CÓDIGO FLORESTAL:

O primeiro é assegurar que os 27% da área nacional que vão para a produção nacional não sejam diminuídos.
Apenas 27% do Brasil inteiro são para produção de comida, de arroz, feijão, carne, álcool.

A Europa inteira desmatou tudo, deixando menos de 1% da vegetação nativa; os Estados Unidos, 26%. Nós temos 62% da vegetação nativa.

Não há razão em transformar o Brasil numa reserva legal mundial, se a reserva legal fosse uma lei universal, uma ciência absoluta. Deixemos as futuras gerações discutirem se querem aumentar essa área. Hoje são suficientes 27% a 62%: 62% de preservação e 27% de produção.

O segundo ponto desse projeto é dar a possibilidade da legalização aos produtores.
Os produtores vão poder recuperar um possível dano, erro cometido, por desinformação da lei ou até por pressa na hora de fazer.
 É bonito as pessoas poderem reconhecer que erraram e corrigirem os seus erros. Não há mal nisso.
As licenças ambientais levam muito tempo para serem liberadas. Os produtores rurais têm o tempo para plantar, o tempo para colher, o tempo para adubar e não podem esperar pela burocracia, muitas vezes corrupta dos órgãos ambientais.

Todos querem comida nos supermercados todos os dias de boa qualidade e preço justo.

O terceiro ponto é trazer segurança jurídica.

Aprovando o código, nenhum país do mundo poderá apontar a melhor, maior e mais barata agricultura do Planeta, que conseguiu preservar 62% de seus biomas. Agricultura com alta tecnologia e preservação ambiental.

É natural na democracia cada um ter a sua opinião, cada um ter a sua voz, mas também faz parte da democracia a indignação; a indignação diante de fatos e diante de boatos que são soltos para servir interesses obscuros.

A lei tem que ser contemporânea com a sociedade; as pessoas no mundo inteiro, no rio Nilo, no rio Tâmisa, em todos os rios da Europa, nos rios da Ásia, nos rios da África.

Praticamente 80% do esgoto são jogados nos rios. O esgoto que está nas grandes cidades, longe dos rios é pior do que o esgoto dos pequenos agricultores, que estão na margem, produzindo porco, produzindo frango, produzindo horta, sustentando a sua família.

Só 32% dos Municípios do Brasil têm esgoto sanitário tratado. O resto é jogado nos mananciais.

O órgão ambiental, estadual ou nacional, precisa sair das salas do ar condicionado e ir atrás dos agricultores, investigar aqueles que estão cometendo erros, que estiverem com a suinocultura inadequada, que estiverem jogando os dejetos direto no rio.

Eu não vejo ninguém falar sobre isso, especialmente as ONGs internacionais, Greenpeace, WWF, Imazon. Essa é a discussão verdadeira. Essa é a discussão que o Brasil precisa enfrentar, mas não tem recursos para tratar esgoto, porque esgoto o eleitor não vê.

"Todo o nordeste africano, inclusive Quênia e Etiópia, sofrem há anos com uma grave seca, e a Organização das Nações Unidas disse que duas regiões do sul da Somália estão passando pela pior onda de fome em 20 anos, ameaçando 3,7 milhões de pessoas." Site: noticias.br.msn.com

No caso do Código Florestal, o que alguns têm feito é propalado boatos, porém o que interessa são os fatos.



Fonte: Administradores 

Código Florestal pode encarecer indenizações de desapropriações

Se aprovado, o novo Código Florestal vai mudar os parâmetros de área de preservação, aumentando a área produtiva. Isso vai gerar um impacto econômico - já que a produtividade da propriedade influi na indenização do poder público para fins de reforma agrária.
Para especialistas, o prejuízo aos cofres públicos pode chegar a dezenas de bilhões de reais.
"É uma caixa preta, cujos cálculos ninguém fez ainda", disse Herman Benjamin, ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e conselheiro do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente).
Ele cita uma única indenização, na década de 1990, para a criação do parque nacional da Serra do Mar, em Ubatuba (SP). Na época, foi desapropriada uma área de 13 mil hectares, por R$ 1 bilhão. Hoje, o Estado de São Paulo deve mais de R$ 7 bilhões em desapropriações ambientais.
De acordo com o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), o tema chegou a ser discutido entre o instituto e o Ministério do Meio Ambiente.
Como o código ainda não foi aprovado, não foi feito um cálculo de qual seria o gasto adicional em indenizações.
Mudanças
O texto do novo Código Florestal sugere mudanças tanto em APPs (Áreas de Preservação Permanente) quanto em reservas legais. No caso das APPs, áreas hoje consideradas intocáveis, como encostas, passarão a ter possibilidade de uso agrícola.
Acontece que hoje as APPs não são contabilizadas como área produtiva de propriedades. Por isso, não são passíveis de indenização para fins de reforma agrária ou criação de unidade de conservação caso sejam ocupadas.

"No instante em que você legaliza, especialmente áreas de pasto, isso passa a ter valor econômico", diz Benjamin. "Haverá alteração de todas as ações indenizatórias, não só em curso, mas já transitadas em julgado e em etapa decisória. Serão bilhões de reais", afirma o ministro.
Flávio Botelho, professor de agronegócio da UnB (Universidade de Brasília), explica que desapropriações poderão ocorrer em áreas de expansão agrícola --como no sul da Amazônia, em Mato Grosso, no Maranhão e no Piauí.
"Regiões como o Sul e o Sudeste, que são mais ocupados, tendem a sofrer menos modificações", afirma.
Benjamin diz que a discussão sobre o tema não pode ser fundamentada em "miudezas", mas no debate das linhas principais do código. "A lei jamais contará com a unanimidade. É evidente que haverá divergências se forem discutidos os pormenores. Ruralistas e ambientalistas devem reconhecer que todos perderão um pouco."
Para ele, as grandes linhas de orientação da reforma são a separação entre o futuro e o passado --determinar quais áreas são passivo ambiental e precisam ser recuperadas-- e o esclarecimento de que os dispositivos futuros não serão flexibilizados no tratamento das florestas existentes daqui para a frente.
Com informações da Folha

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Lista de desmatadores da Amazônia

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) divulgou hoje a atualização da lista dos municípios que mais desmatam a Amazônia. Antes com 41 nomes, agora passa a ter 48 com a entrada de Moju (Pará), Boca do Acre (Amazonas), Grajaú (Maranhão), Alto Boa Vista, Cláudia, Santa Carmem e Tapurah (todos do Mato Grosso, onde o desmatamento entre março e abril chegou a 477,4 Km², o equivalente a 48 mil campos de futebol).


     Fazenda Estância Bahia, no Mato Grosso. Crédito: Greenpeace/Daniel Beltra


Com a entrada na lista os municípios ficam impedidos de emitir novas autorizações de desmatamento acima de cinco hectares por ano nos imóveis com área superior a quatro módulos fiscais e podem ter seus cadastros cancelados no Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR). Desmatadores que derrubaram a floresta ilegalmente serão autuados, terão suas áreas embargadas pelo Ibama e seus dados serão disponibilizados online no Cadastro de Áreas Embargadas, ferramenta utilizada por bancos para emissão de novos créditos rurais, concedidos mediante regularidade ambiental do imóvel. Os bancos ainda poderão suspender a liberação das parcelas e até mesmo finalizar antecipadamente o financiamento, caso o proprietário não apresente documento de regularidade ambiental do imóvel rural no prazo de 12 meses da data da autuação.

"O fato do município constar nessa lista não deve ser visto apenas pelo lado negativo, mas também pelo lado da oportunidade para criar mudanças, gerar capacidades e novas ideias que substituam o atual padrão de desenvolvimento predatório que leva a exaustão dos sistemas produtivos e que gera degradação ambiental, baixa produtividade e pobreza, por um desenvolvimento economicamente sustentável e ambientalmente correto, capaz de gerar riqueza para a sociedade local sem comprometer o equilíbrio do meio ambiente e a
qualidade de vida das próximas gerações", afirma Juliana Ferreira Simões, do departamento de Políticas para o Combate ao Desmatamento do MMA.

"Boi para Fome Zero"

Os megadesmatamentos em Mato Grosso - impulsionados pela proposta de Aldo Rebelo para o novo Código Florestal e vergonhosamente aprovados na quarta-feira na Câmara dos Deputados -, aumentaram o estado de alerta do MMA que, na semana passada, anunciou uma operação de combate à derrubada ilegal com a paralização de todas as operações do Ibama e concentração de suas ações na Amazônia com o objetivo de conter o desmate. 

Desde que o reforço da fiscalização começou, criminosos já tiveram 56 tratores de grande porte apreendidos (40 só no MT). Eles estavam sendo utilizados para o chamado "correntão", capaz de botar grandes áreas de floresta abaixo de uma só vez. "Quem tiver apostando no desmatamento para abrir novos pastos, vai ter o boi apreendido e doado para o Programa Fome Zero", chegou a afirmar a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

De acordo com informações do Ibama, a operação de fiscalização vai continuar - e com apoio de outras instituições como a Polícia Federal, a Força Nacional de Segurança e a Polícia Rodoviária Federal, além do Ministério da Ciência e Tecnologia. "Até que o desmatamento seja reduzido, ninguém sai do campo", completou a ministra. Todas as áreas desmatadas serão embargadas. Quem comprar produtos advindos de desmatamento ilegal será responsabilizado por crime ambiental, conforme comunicado oficial do instituto.

Impunidade e mortes

Em abril de 2011 o desmatamento atingiu 243 quilômetros quadrados em Mato Grosso, o que corresponde a aumento expressivo de 537%em relação a abril de 2010.
Fonte: Imazon
A votação do novo Código Florestal, que claramente apoia a anistia aos desmatadores, não apenas acelerou o ritmo do desmatamento na floresta como também coincidiu com o assassinato de Zé Cláudio e sua esposa Maria, extrativistas que combatiam a derrubada ilegal de castanheiras no sul do Pará. O governo federal tem obrigação de tomar providências sérias para evitar mais derrubada ilegal e assassinatos cometidos por aqueles que, assim como desmatadores criminosos, julgam-se fora do alcance da lei. 


LISTA COMPLETA DOS MUNICIPIOS

AMAZONAS: 
Lábrea, Boca do Acre
MARANHÃO: Almarante do Maranhão, Grajaú
MATO GROSSO: Alta Floresta, Aripuanã, Brasnorte, Colniza, Confresa, Cotriguaçu, Gaúcha do Norte, Juara, Juína, Marcelândia, Nova Bandeirantes, Nova Maringá, Nova Ubiratã, Paranaíta, Peixoto de Azevedo, Porto dos Gaúchos, São Félix do Araguaia, Vila Rica, Feliz Natal, Alto Boa Vista, Tapurah, Calúdia e Santa Carmem
PARÁ: Altamira, Brasil Novo, Cumaru do Norte, Dom Elizeu, Novo Progresso, Novo Repartimento, Rondon do Pará, Santa Maria das Barreira, Santana do Araguaia, São Félix do Xingú, Ulianópolis, Pacajá, Marabá, Itupiranga, Tailândia, Moju
RONDÔNIA: Nova Mamoré, Porto Ve
lho, Machadinho D'Oeste, Pimenta Bueno
RORAIMA: Mucajaí


Fonte: MMA



domingo, 17 de julho de 2011

Novo Código pode prejudicar áreas urbanas

Pesquisadores defendem uma nova abordagem da lei que leve em consideração a ciência e tecnologia

O polêmico projeto de lei relatado pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que cria o novo Código Florestal brasileiro, é um retrocesso sem precedentes. A conclusão é da maior parte dos cientistas e ambientalistas, os quais apontam os riscos para o meio ambiente, caso a nova legislação, aprovada na Câmara em maio, receba parecer favorável no Senado e sanção da presidente Dilma Rousseff (PT). A discussão deve avançar no Senado no segundo semestre.

          Especialistas avaliam que a nova legislação pode favorecer tragédias como a da região serrana do Rio REUTERS

Para os cientistas, a nova legislação não se preocupa com o meio ambiente, mas apenas com a agricultura. "O único fundamento é o do interesse e mesmo assim equivocado. As florestas ou áreas silvestres são fundamentais mesmo para a própria agricultura. O problema é que os danos recaem nem sempre ao presente e a quem os casou", avaliou o professor de Política Florestal e de Organização em Administração Florestal do Curso de Engenharia Florestal da Universidade de Brasília (UnB), Eleazar Volpato.

Para o coordenador do grupo de trabalho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) sobre o Código Florestal, José Antonio Aleixo, um dos principais equívocos do projeto da nova legislação ambiental é a falta de aporte científico e técnico. "A proposta do deputado Aldo Rebelo está mais dirigida para questões jurídicas, como por exemplo regularizar situações consideradas ilegais de agricultores que possuem passivos ambientais", afirmou o engenheiro agrônomo e pesquisador da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

Segundo Aleixo, questões referentes ao uso alternativo de Áreas de Preservação Permanente (APPs), fixação de larguras de margens de rios, liberação para o uso agrícola de topos de morros, dispensa de áreas de Reservas Legais (RL) são pontos muito discutidos no substitutivo do Código e que correspondem a modificações sem suporte científico.

Para o especialista, o Código é um sistema complexo que não pode ser tratado de forma pontual e os efeitos da aprovação podem trazer consequências para a cidade. "Pensar que o Código Florestal só afeta a população rural é uma visão errônea que deve ser evitada", disse.

O pesquisador explica que em certos casos as consequências futuras nas áreas urbanas poderão ser piores, pois a redução de áreas de preservação permanente em margens de cursos de água, podem causar maiores carregamentos de partículas sólidas para os cursos de água, gerando maiores cheias que serão mais devastadoras em áreas de passagem de inundações, águas mais poluídas e mudanças climáticas.

Eleazar Volpato também acredita que todo problema que ocorrer no campo refletirá nas pessoas da cidade. Ele indica que aproximadamente 90% da população não tem relação com a propriedade rural, mas se beneficiou com a produção que degradou o meio ambiente que reclama.

Volpato avalia que o novo Código pode estimular, ainda, o aparecimento de novas ocupações irregulares nas cidades, já que a proposta faz uma grande flexibilização para se ocupar e consolidar as áreas de APP em regiões urbanas.

O pesquisador da UnB acredita que a nova legislação pode estimular o desmatamento e prejudicar estados como Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo, que juntos têm poucos mais de 10% de cobertura florestal. "Assegurar, como está sendo proposto, que as áreas rurais com uso consolidado possam permanecer sem cobertura florestal é deixar aqueles estados, por exemplo, sem chances de recuperar-se no futuro".

Especialistas defendem uma nova abordagem do Código que leve em consideração a ciência e tecnologia. "Deve-se buscar um acordo entre o setor do agronegócio e os ambientalistas em que cada um cederia no que fosse possível, pois desta forma todos sairiam ganhando, principalmente o Brasil", disse José Antonio Aleixo.

Consequências"Pensar que o Código Florestal só afeta população rural é uma visão errônea que deve ser evitada"
José Antonio Aleixo - Engenheiro Agrônomo





ALERTANova lei pode deixar áreas de Caatinga em risco
Para o professor do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Mauro Ferreira Lima, uma dos principais limitações do projeto do Código Florestal está no fato de ele se preocupar com as questões do uso do solo em detrimento do manejo florestal. Segundo ele, a nova legislação ambiental dá uma atenção maior aos biomas das regiões Sul e amazônica, esquecendo do Nordeste, e em especial da caatinga.

"Existe um sistema igualitário para todas as regiões do País e que não trata das peculiaridades de cada bioma", avaliou o professor.

A caatinga cobre cerca de 10% do território nacional e entre as regiões semiáridas do mundo, é a mais rica em biodiversidade.

De acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de todos os seis biomas localizados no País - Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal - a Caatinga seria o que teria um percentual maior de área não recuperada caso o novo Código Florestal seja aprovado. O levantamento mostra que a Caatinga teria 53% do total de passivos ambientais anistiados, o que significa que mais da metade dos desmatamentos ilegais que ocorreram na Caatinga não teriam mais a obrigatoriedade de serem recuperados.

Segundo a Associação Caatinga, no Ceará 40% dessa vegetação está destruída. O Estado possui sete dos 20 municípios campeões de desmatamento no País. Três áreas estão em risco de desertificação: Irauçuba, Inhamuns e o médio Jaguaribe.

O contínuo desmatamento aponta para um futuro de redução do regime de chuvas, secas mais intensas e crescimento da desertificação.

Para o professor da UFC, o caminho para a preservação é produzir adequadamente, aproveitando de forma equilibrada a reserva legal.

JULIANNA SAMPAIO REPÓRTER


Fonte: Diario do Nordeste


 Trechos da Entrevista de Teresa Urban -ativista ambienta e ex-presa politica, sobre o Novelho Governo.



Ter a ex-guerrilheira Dilma Rous­seff no poder significa algo para Teresa?
Honestamente, não. Não gosto da política que o PT faz. O Lula perdeu uma grande oportunidade. Acho muito triste que essa ascensão de segmentos que estavam na linha de miséria tenha se dado via mercado e não via cidadania. Não sinto que sociedade brasileira abraçou esses novos brasileiros. Eles são números: passaram a comprar nas Casas Bahia.
ocê acredita que o substitutivo ao Código Florestal será aprovado pelo Senado?
Por trás desse debate está a disponibilidade de terras no Brasil para investidores estrangeiros. E a colocação do agronegócio brasileiro no mercado internacional. Para tanto, desregulamentar a atividade agrícola é essencial. A curto prazo, o que interessa é ter terras para negociar, sem restrições para usá-las. A desregulamentação é um sonho do mercado. Representa o Estado mínimo, a ausência de regras para o setor econômico. É um sonho de consumo que cabe nas urnas dos capitalistas.
Quais as qualidade do código atual?
O que o Código Florestal faz é considerar o bem comum acima do direito privado. Isso o torna uma peça pioneira na legislação brasileira. Diz, claramente, que o bem de todos está acima do interesse individual e que a propriedade privada tem de ser regida pelo bem comum. E o bem comum no código é algo muito simples, como garantir que as nascentes sejam protegidas, que as encostas não deslizem… É uma peça notável do ponto de vista das ciências da natureza e, ao mesmo tempo, um manual de boas práticas na agricultura.
Você vê qual jogo de interesses…
O que está por trás dessa conversa é a demolição do sistema sobre o uso da terra. Vai custar muito caro, porque a natureza tem uma lógica da qual a gente não consegue fugir. Exaure-se o solo com práticas inadequadas e vai ser preciso suprir essa exaustão com insumos cada vez mais complexos, mais dependentes de tecnologia que vem de fora. Não é uma escolha inteligente. É a recuperação dos velhos procedimentos do Brasil Colônia, das Capitanias Hereditárias. O curioso é que isso tudo vem na contramão das tendências internacionais de estabelecer alguns limites. As cidades também já aceitaram uma série de limitações em nome da necessidade do convívio comum.
Quais as implicações do debate?
Neste momento, o mercado precisa colocar o agronegócio na roda da fortuna. O tal substitutivo do Aldo Rebelo cumpre esse papel, de uma forma meio capenga. Hoje, do jeito que está, o código já oferece condições no mercado internacional para a certificação de produtos. A existência de normas para questão de margens de rio, nascente, encostas, reserva legal é o suficiente para o governo brasileiro ter certificação internacional. À medida em que isso caia, pode ser que esses produtos não se deem tão bem lá fora, mas tampouco isso parece preocupar o agronegócio, porque a coisa vai bem enquanto a gente tiver água e biodiversidade o bastante para garantir um produção barata.
O debate sobre código é a questão ambiental mais urgente para o Brasil hoje?
O código é a prioridade, a começar porque você ignora o cumprimento da lei de 65 pra cá. Uma coisa que eu gosto de lembrar é que em 91, quando foi aprovada a Lei Nacional de Política Agrícola, havia uma disposição transitória que estabelecia que os proprietários de áreas agrícolas se comprometiam a recuperar a reserva legal na base de um e trinta avos por ano. Ou seja, se isso tivesse sido cumprido, nós teríamos dois terços das reservas legais recuperadas até agora e isso foi solenemente ignorado. No período do regime militar isso era ignorado porque interessava o máximo de incentivo à extensão de área. O Brasil expandia suas fronteiras agrícolas e modernizava a agricultura, começando pelo Sul, acabando com as culturas tradicionais e expulsando as populações locais.
O Paraná é o caso…
Na década de 1960, o Paraná perdeu 1 milhão de habitantes, porque a agricultura do estado não tinha condições mais de abrigar tanta gente, porque estava se modernizando, a soja ocupava o lugar do café. Toda esse gente foi obrigada a procurar oportunidade fora do estado. É bom lembrar que o capitalismo exaure as duas coisas: o trabalho e a terra. E então a gente se questiona: quem ganhou com a modernização da agricultura do Paraná e com a saída destas milhares e milhares de pessoas do estado? Ganharam aqueles que eram detentores de grandes áreas e de capital para investir em máquinas agrícolas e tecnologias modernas.
A sociedade paranaense não ganhou, não ficou mais rica, a renda per capital não mudou. Na época não havia interesse em aplicar o Código Florestal, que ficou na gaveta. E parte do plano de expansão era justamente você ir, desbravar, ocupar e havia incentivo pra isso. Era quase como está na Bíblia: ide e dominai a terra.
Agora, em 91, eu fico mais um pouco indignada, porque as circunstâncias eram outras. Foi uma lei feita dentro de um regime de recuperação da democracia. Ou seja, não houve nenhuma imposição de colocar na legislação essa obrigação de recuperação da reserva legal. E, com certeza, o lobby dos agricultores era bastante forte no Congresso Nacional. Aliás a lei é cheia de recomendações de caráter ambiental. Agora passam mais 20 anos e recomeça essa lengalenga das limitações ambientais. Não são limitações ambientais, mas racionais, relacionadas com a lógica da terra, que qualquer agricultor que vive diretamente da terra sabe. Quem produz para o mercado internacional, de olho na bolsa de Chicago está pouco se lixando em quanto tempo vão durar os recursos naturais.
Há um movimento na sociedade em prol da natureza. Que força ele tem?
A humanidade tem, em algum lugar, escondido no cérebro ou no coração, um instinto de sobrevivência. É possível que reaja diante do risco de escassez de bens essenciais. Mas até que ponto isso é suficiente para conter o modelo, não sei. Há uma disposição em ouvir, mas não é ainda uma disposição de agir. As pessoas ainda delegam para os outros o dever de proteger. É complicado. O nosso padrão de consumo não é compatível com a conservação dos bens. Estamos consumindo o planeta rapidamente, sem respeitar a capacidade da natureza de repor aquilo que se consome.
Já existe a percepção de que algumas coisas não podem ser privatizadas, mas até onde a sociedade é capaz de cobrar isso, não sei. Não temos nenhuma experiência recente sobre a vontade coletiva prevalecer. Tenho medo do caminho que a gente está começando a trilhar, o do pagamento pelos serviços ambientais. Temo que isso se transforme numa seleção de quem pode e quem não pode ter. Até que ponto estamos caminhando pra uma situação em que o direito à água vai ser de quem pode pagar por ela. O direito ao ar menos poluído, aliás, já é de quem pode comprar uma casa no meio de um bosque no Ecoville.
Gazeta do Povo

kurt trennepohl presidente do IBAMA em "off" admite não "respeitar" os indios




Uma vergonha o comentário deste que deveria defender o meio ambiente e a vida.











Simplesmente, há 30 anos atrás o Governo desistir da construção de Belo Monte, porém o Novelho Desgoverno do PT ou Dilama Moluscular , não está nem ai com a natureza, índios,populações ribeirinhas, seus interesse estão aliados aos da multinacionais de equipamentos e construtoras que financiam suas campanhas politicas, depois quando houver desastres com a morte de milhares de pessoas, simplesmente dirão que não culpados e o STF não fará nada e ficará por isso mesmo.
Ninguém é contra progresso e geração de energia, sabemos desta necessidade, poderiam ser criadas outras formas de geração de energia de forma sustentável sem a destruição de matas, rios e matanças de animais e por consequência da própria espécie humana.

Crianças cuidam de floresta na Bolívia -Educação Ambiental



Crianças mostram com orgulho o mapa do bosque El Machetero, em Puerto Rico, Bolívia. Crédito : Herencia

“Às vezes eu entrava no mato com meus pais, mas era feio, dava medo”, diz Margarita Quete, menina de 12 anos da comunidade de Motacusal, “mas quando chegou o projeto BONI os pais e mães da comunidade se organizaram e nos deram um pedaço de floresta para que a gente o cuidasse, nos ajudaram a fazer as trilhas e agora já se pode andar por ai, porque ficou bonito e já não é perigoso”, explica.


Margarita se refere ao projeto BONI ou Floresta das Crianças (Bosque de los Niños, em espanhol), uma iniciativa concebida como uma estratégia de educação, desenvolvimento comunitário e conservação dirigida a crianças da área rural com o objetivo de revalorizar a floresta amazônica para sua conservação e manejo integral, ao mesmo tempo em que promove a consciência  comunitária. A iniciativa está baseada na entrega de um espaço de floresta às crianças para que elas o manejem e cuidem, voluntariamente, em sua totalidade.

O projeto foi iniciado em Bolívia no ano 2006 pela ONG Herencia através do Programa Amazônico Trinacional (PAT) Bolívia-Peru-Brasil, na comunidade de Curichón, dentro da Reserva Nacional de Vida Silvestre Amazônica Manuripi, e no ano 2008 a experiência foi replicada em Motacusal, onde mora a Margarita, e em outras comunidades amazônicas vizinhas. Atualmente existem seis Florestas das Crianças na região: Monterrey, Palacio, Motacusal e Irak em Bolívia; e Bélgica e Vila Primavera no Peru.

Floresta das Crianças


As crianças exercem cidadania através de reuniões entre eles e também com a comunidade, onde tomam decisões sobre sua floresta. Crédito: Herencia
O projeto quer fortalecer os elementos próprios da cultura indígena-campesina amazônica e relacioná-los com o bem-estar comunitário e a conservação dos bosques, indica a publicação “A Floresta das Crianças na Amazônia Boliviana, de Herencia e Care Bolívia”.

Segundo a publicação, a inspiração para o início do projeto foi o programa Terra de Crianças, executado no Peru pela ONG Ania, dirigido às crianças da zona rural, “com o fim de promover o desenvolvimento de valores e atitudes de responsabilidade social e ambiental”. Consiste em um espaço físico outorgado por longo prazo às crianças, onde eles são os protagonistas de sua utilização, valoração e cuidado, tanto de recursos naturais como culturais, e a seu desenvolvimento sustentável, e são reconhecidos por isso.

Já a Floresta das Crianças em Bolívia está orientada a empreender “uma educação que valore a vida construindo conhecimentos e habilidades em harmonia com a natureza”, mas não fica só na educação, explica Gilda Ticona, técnica da Herencia, mas também promove a pesquisa, o manejo de produtos florestais não madeireiros da mata, enfatiza  também o fortalecimento da cidadania.

Redução do desmatamento


Crédito: Herencia
De acordo com Gilda Ticona, através do BONI são promovidos diversos benefícios para as comunidades e assim para a Amazônia, como a conservação das florestas através do uso sustentável de seus recursos, a redução do desmatamento, a diversificação da produção não focada em um só produto. Já na parte social, é fortalecida a cidadania, preparando futuros líderes, que desde crianças já participam ativamente em sua comunidade. Em Motacusal, “inclusive as autoridades já se estão involucrando na metodologia, em sua aplicação, e assim a liderança comunitária e municipal da maior valor à riqueza que cada região tem”, afirma.

As melhoras são confirmadas por José Hurtado, assegurando que “a comunidade antes da criação da Floresta das Crianças não estava organizada, cada família fazia seu trabalho e atividades sem coordenação com as outras famílias”, até que começou o projeto, o que os ligou e os identificou como uma comunidade unida. Agora, toda a comunidade está envolvida, desde as mães, os pais, os professores, os dirigentes e as crianças.

De acordo com a técnica de Herencia, os próximos passos são a consolidação dos BONI nas comunidades que estão começando o processo, dando-lhes apoio e motivação, além da experiência aprendida anteriormente, “preparando as crianças e o pessoal para a autogestão e a continuação do projeto através da sustentabilidade”. Gilda acredita que esta sustentabilidade pode acontecer com o envolvimento das autoridades políticas e educativas, buscando a inserção do projeto nos orçamentos municipais, convertendo a metodologia em política educacional, e também pela venda dos produtos não madeiráveis produzidos na Floresta das Crianças.

Atualmente Motacusal, uma comunidade de 20 famílias parece haver se convertido na escola das Florestas das Crianças, conta Margarita Quete, a menina citada no começo desta reportagem: “Agora vem à nossa Floresta crianças de outras escolas e colégios para aprender o que nos fazemos, e assim nos temos mais vontade de mostrar nossa Floresta da Criança”, garante Margarita.

Segredo do sucesso


A Floresta das Crianças chega a ser um laboratório social educativo, além de um atrativo para os adultos da comunidade e outros visitantes. Crédito: Herencia
Segundo Juan Fernando Reyes, diretor da ONG Herencia, três são os elementos fundamentais da Floresta das Crianças: a autogestão, a gestão integral da floresta e o bem-estar coletivo. Ele explica que a autogestão promove nas crianças o pensamento comunitário, a capacidade de autogoverno e a coesão social, e “implica trabalhar e dar atenção às crianças da mesma forma como se da à adultos, e envolve-los (pais, mães, professores, autoridades) na Floresta das Crianças”.

Em Motacusal, por exemplo, as crianças representantes do BONI fazem parte da máxima organização local, a Assembleia Comunitária, e são ouvidos pelos adultos e pela comunidade em seus pedidos e considerações. “Nossas crianças sabem manejar seus próprios produtos e respeitar os seres vivos da floresta, e nos - os pais – aprendemos a valorá-los e obter seus recursos naturais sem lhe causar dano”, afirma José Hurtado, castanheiro e dirigente comunitário.

Já a gestão integral da floresta fomenta seu manejo como um todo, promovendo sua revalorização através do uso de seus recursos naturais. Conhecer e aprender a usar estes recursos ajuda a mudar a percepção sobre a floresta, afirma uma publicação da Herencia, além de promover segurança alimentar mediante hortas ou sistemas agroflorestais. O confirma o professor rural Santiago Jofré, que diz que teve a “experiência de aprender e ensinar sobre a importância da natureza”, e agora em seu BONI as crianças tem uma horta que plantaram com a ajuda de seus pais, e tem cupuaçu, mamão e frutas cítricas.

E através do bem-estar coletivo é promovida a convivência social, a relação ética com a vida e a solidariedade, como em espaços ou ações no BONI, como a sede social, a criação de hortas, a aplicação de um sistema de manejo de lixo, etc. Por meio destes elementos é que o BONI se mostra diferente dos modelos convencionais de desenvolvimento, unindo o desenvolvimento material e espiritual conseguindo uma relação harmônica entre as pessoas e a natureza.

Autor: Giovanny Vera Stephanes
Fonte: oecoamazonia.com


Enquanto isso por aqui,a maioria das ONGs  não são muito fadadas a gerarem nada  educacional para as crianças,não ensinamos nada para as crianças e o desgoverno atual tenta ensinar o comportamento  pessoal com cartilhas sobre sexo entre pessoas do mesmo sexo, isso tá me cheirando a pedofilia assistida por um bando de pederastas velhos interessados em  crianças,bem como aumento da discriminação que eles chamam de homofobia. Não somos a favor da "indução sexual".