terça-feira, 17 de novembro de 2009

COP-15: Brasil mantém metas, apesar da desistência de parte dos países ricos

A decisão de representantes de alguns dos países que mais emitem gases causadores de efeito estufa em adiar um novo acordo climático para 2010, em vez de assiná-lo durante a 15ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre o Clima (COP-15), pegou o governo brasileiro de surpresa, mas segundo informaram o Palácio do Planalto e o Itamaraty, as metas voluntárias de redução das emissões no Brasil (de 36,1% a 38,9%) até 2020 serão mantidas.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou na segunda-feira, 16 de novembro, que ficou decepcionado com a posição dos Estados Unidos e da China de não levarem compromissos numéricos para a COP-15, que será realizada de 7 a 18 de dezembro, em Copenhague, capital da Dinamarca. Ele adiantou que o Brasil já se articula com outros países a fim de convencer as nações mais resistentes a um novo acordo a reverem suas posições.
“A notícia foi uma ducha de água quente, elevando ainda mais a temperatura do planeta”, lamentou Minc. O ministro considerou a proposta brasileira ousada e argumentou que sem a participação dos dois países responsáveis por metade da emissão global (EUA e China), não haverá um acordo consistente. “Depois da lufada de oxigênio com as metas apresentadas pelo Brasil, agora foi um tiro no pé e outro no peito”, acrescentou.
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O presidente dos EUA, Barack Obama, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon (ao centro), e o presidente da China, Hu Jintao, em encontro sobre o clima em setembro/Foto: Mark Garten
Minc ainda tem fé na opinião pública dos Estados Unidos e da China, que na concepção dele, podem virar esse jogo desfavorável. “O relógio está andando e a temperatura aumentando. Acho que a população desses países deve se manifestar fortemente e não aceitar essa posição como inexorável”, enfatizou o ministro.
Cobrança
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu telefonar ao presidente norte-americano, Barack Obama, e ao chinês, Hu Jintao, no intuito de cobrar comprometimento dos dois países em relação à COP-15. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o assessor da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, informou que a proposta brasileira está mantida independentemente do recuo daqueles que querem adiar o acordo para a Cidade do México, em dezembro de 2010.
“Quem está roendo a corda não somos nós. O tema está aí independentemente de nossa vontade, é uma questão grave. Eles terão que dar uma resposta”, cobrou Garcia. Já o secretário-geral do Itamaraty, Antonio Patriota, considerou a decisão da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec, na sigla em inglês), como “aguada”. O grupo composto por potências como Estados Unidos, China e Japão foi que indicou a desistência dessas nações acerca do estabelecimento de metas de redução das emissões na COP-15.

fonte:Portal  Eco Desenvolvimento
http://www.ecodesenvolvimento.org.br

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