quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

22% das florestas públicas cadastradas permanece desprotegida

22% das florestas públicas cadastradas permanece desprotegida

Novo Cadastro Nacional de Florestas Públicas aponta crescimento das áreas protegidas e destaca que a concessão florestal das áreas desprotegidas seria um importante aliado para que o país atinja suas metas de mitigação das mudanças climáticas e de redução do desmatamento

Marina Franco - Edição: Mônica Nunes
Planeta Sustentável - 01/12/2010

O Brasil tem 64 milhões de hectares de florestas sem uso regulamentado, ou seja, não são áreas de assentamento, terras indígenas ou unidades de conservação. Isto também quer dizer que esses hectares estão sujeitos à grilagem. Essa área representa 22% do total de florestas públicas brasileiras e equivale a duas vezes e meia o Estado de São Paulo. Os dados são do CNFP - Cadastro Nacional de Florestas Públicas de 2010, levantamento realizado pelo SFB - Serviço Florestal Brasileiro, órgão do governo responsável pela gestão e concessão de florestas.

Apesar de o território desprotegido ainda ser considerável, os números melhoraram em relação ao ano passado. Hoje o país tem 290 milhões de hectares de florestas públicas cadastradas, sendo que em 2009 o número era 21% menor. A diferença não significa a criação de novas florestas públicas, mas apenas que algumas áreas tornaram-se conhecidas. A diferença entre o total conhecido e os 64 milhões de hectares não destinados corresponde a 226 milhões de hectares, que são destinados estão divididos entre:
- terras indígenas (111 milhões);
- unidades de conservação (105 milhões), sendo 60% federais e
- assentamentos da reforma agrária (10 milhões).

Para elevar a quantia de terras destinadas, o SFB defende que pelo menos dez milhões de hectares poderiam ser transformados em novas florestas nacionais. Este mecanismo de concessão florestal traria uma série de benefícios. Evitaria, por exemplo, a ocupação falsa dos territórios, conhecida por grilagem. Também manteria a floresta em pé, o que significa seu manejo sustentável, com o controle da exploração madeireira. Tudo isso poderia ajudar o país a conter suas emissões e cumprir metas como a de 80% de redução do desmatamento na Amazônia até 2020. A região, de acordo com o SFB, concentra a maior parte das florestas públicas.

Para realizar o CNFP, o órgão reúne dados do cadastro geral de florestas públicas federais, estaduais e municipais, além do Distrito Federal. Desde 2007, ano em que começou a ser elaborado, o número de florestas públicas aumenta.

Fonte:http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/22-florestas-publicas-cadastradas-permanece-desprotegida-611262.shtml

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