quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Minc diz que Brasil mantém metas para COP 15, mas vai exigir financiamento

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse nesta terça-feira (8) que o Brasil vai manter a meta já anunciada de redução de emissão de CO2 nas negociações que ocorrerão na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 15), em Copenhague (Dinamarca), mas exigirá que os países desenvolvidos mantenham linhas de financiamento para as nações em desenvolvimento. Segundo ele, o Brasil precisa desses recursos para atingir suas metas.

“Vamos manter a nossa meta, que depende de recursos públicos, privados e externos. Vamos batalhar por esses recursos. Nós vamos discutir com eles [os países desenvolvidos] que esse volume de recursos que estão colocando na mesa é insuficiente para os programas de redução de emissão e adaptação”, disse o ministro após participar de uma reunião com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, o ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, e os negociadores brasileiros em Copenhague, que participaram por telefone.

Até agora, os países desenvolvidos já se comprometeram a investir US$ 100 bilhões em um fundo global para redução de emissões de CO2 nos países em desenvolvimento. O Banco Mundial defende que essa cifra seja pelo menos três vezes maior.

Minc também criticou a posição de alguns países que defendem agora que esses recursos atendam apenas os países pobres. Os emergentes, como China, Índia e Brasil, teriam que cumprir suas metas com recursos próprios.

“Os países mais ricos deram a entender que Brasil, China, Índia, os países emergentes, não precisam de recursos para cumprir suas metas e esse dinheiro do fundo global deveria ir para países menos desenvolvidos, como os da África. Isso nós não aceitamos”, disse.

Questionado sobre qual será a estratégia brasileira para evitar que isso aconteça, Minc não deu detalhes, mas negou que o Brasil pode retirar sua proposta de redução de até 38,9% do volume de emissões até 2020. “Estamos negociando. Lembram que no começo os Estados Unidos e a China não queriam se comprometer com metas e agora mudaram de posição? Não é uma questão que depende apenas do governo brasileiro”, explicou o ministro.

Minc criticou ainda a posição de alguns países europeus que estão reduzindo suas propostas de redução de emissão de CO2 que estava na casa dos 30% para perto dos 20%. “Notamos um movimento de alguns países europeus de tentar aproximar suas metas a dos Estados Unidos, que é de 20%. Antes eles falavam de ter uma meta entre 20% e 30% e agora estão reduzindo”, disse ele sem citar os países.

O ministro disse que os ministros orientaram os negociadores brasileiros a conversar com os países em desenvolvimento e os emergentes para tentar aproximar posições e resistir a essas propostas que o Brasil considera ruins. “O Brasil não vai ter uma posição isolada. É uma negociação complexa e temos que avançar”, disse ele.

MInc disse que ele e a ministra Dilma, que chefiará a delegação brasileira, chegam a Copenhague no próximo dia 13. O ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, define essa semana se vai ou não para a Cúpula. Além deles, o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, também irá para a Dinamarca, mas deve embarcar junto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 16. O presidente ficar em Copenhague nos dois últimos dias da reunião (17 e 18).

FONTE:g1.Globo / http://g1.globo.com/Noticias/Politica/

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