sábado, 6 de agosto de 2011

Desmatamento na Amazônia aumenta 35% e já supera acumulado em 2010


Marta Salomon - O Estado de S. Paulo
O desmatamento na Amazônia neste ano deverá superar a taxa anual medida no ano passado. O primeiro sinal claro aparece nos alertas de desmatamento e degradação da floresta do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O sistema Deter acumulou em 11 meses do período de coleta da taxa anual uma área maior do que a captada entre agosto de 2009 e julho de 2010.

Até junho, o Deter registrou 2.429,5 quilômetros quadrados de florestas abatidas. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve um aumento de 35% no ritmo das motosserras. No mês, o aumento foi de 28%.
Os dados de julho, que completarão os 12 meses da taxa oficial, só serão divulgados no final do mês. Mas os dados até aqui já superaram os 2.294 quilômetros quadrados de desmatamento medido até julho de 2010, o menor da série histórica do Inpe. O anúncio da taxa oficial está previsto para o final do ano.
Mauro Pires, diretor de Combate ao Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, prefere não especular sobre a nova taxa. "Vai ficar muito próxima da taxa de 2009 e de 2010", disse. Em 2009, o sistema Prodes indicou o abate de 7.464 quilômetros quadrados de desmatamento. No ano seguinte, o Prodes mediu o corte de 6.451 quilômetros quadrados de floresta.
Qualquer número acima do recorde registrado no ano passado significará a interrupção de uma queda do desmatamento que vem sendo registrada desde 2008. E pode comprometer os compromissos de redução das emissões de gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global. O desmatamento ainda é a maior fonte de emissão de carbono no país.
O diretor do Inpe, Gilberto Câmara, chama a atenção para a diferença entre os dois sistemas do instituto. O Deter é responsável pelos alertas de desmatamento. Mais rápido, é menos preciso, não alcança pequenas áreas. O Prodes, no qual se baseia a taxa oficial anual de desmatamento, alcança áreas pequenas, mas só considera o corte raso de árvores.
Câmara confirma o aumento de 35% nos alertas de desmatamento do Deter no período de 11 meses. Mas não autoriza o mesmo tipo de projeção para a taxa oficial anual.
"Ainda é cedo para extrapolar estes dados para o computo anual do Prodes. Ainda faltam os dados de junho de 2011 para fazer uma avaliação melhor. Se os dados de julho deste ano forem muito inferiores aos de julho de 2010, como resultado da intensa fiscalização do governo, não irá se configurar um cenário de aumento forte do desmatamento", afirmou o diretor do Inpe.
Em maio, o governo criou um gabinete de crise, com a participação da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança, para conter o aumento de desmatamento registrado no começo do ano, sobretudo no Mato Grosso. "Diante do que poderia acontecer, a tendência que temos hoje é de contenção", insiste Mauro Pires.
Em junho, o Pará foi recordista em desmatamento. O Estado foi responsável por 38% do abate de árvores registrado nos seis Estados da Amazônia. Em parte, o recorde pode ser justificado pela menor presença de nuvens na região no período de passagem dos satélites.
Ritmo das motosserras na Amazônia já superou o do ano passado

Desmatamento acumulado entre agosto e julho (em km2)
2004/2005: 12.310
2005/2006: 10.937
2006/2007: 4.972
2007/2008: 8.139
2008/2009: 4.373
2009/2010: 2.294
2010/2011*: 2.429,5
* até junho
Pará lidera no mês
Em junho, os satélites captaram desmatamento de 312,7 km2
TO : 0.5 km2
AM : 41.7 km2
MA : 5.2 km2
MT : 81.5 km2
PA : 119.6 km2
RO : 64.2 km2
Junho registra desmatamento de 312,69 km² da Floresta Amazônica, 
diz Inpe

O Estado que mais desmatou foi o Pará, com 119,63 km²; valor representa um aumento de 28,3% em relação a 2010


estadão.com.br com Reuters
Foram desmatados 312,69 km² da Floresta Amazônica em junho, segundo o sistema de alerta do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) chamado Deter, que é rápido e menos preciso. O Estado que mais desmatou foi o Pará, com 119,63 km². A pesquisa do mês teve 21% de áreas não monitoradas devido à cobertura das nuvens.
O total desmatado em junho de 2010 foi 243.7 km2. O valor de 2011 representa, portanto, um aumento de aproximadamente 28,3%.
O Estado de Mato Grosso ficou em segundo lugar no ranking, com 81,54 km² desmatados. Em seguida vêm Rondônia (64,15 km²), Amazonas (41,68 km²), Maranhão (5,16 km²) e Tocantins (0,53 km²).
A morte de cinco ambientalistas na região Norte do país num período de menos de um mês entre maio e junho, a maioria no Pará, levou o governo federal a anunciar uma ofensiva das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança Pública para investigar as mortes e conter a violência na região.
De acordo com o Inpe, o Mato Grosso, principal produtor de grãos do país, veio logo atrás com 81,54 quilômetros quadrados de perda florestal em junho, à frente de Rondônia, cujo desmatamento somou 64,15 quilômetros quadrados.
No final de maio a Câmara dos Deputados aprovou uma reforma do Código Florestal. Na visão de ambientalistas, o texto aprovado na Câmara anistia produtores rurais que desmataram ilegalmente e pode incentivar novas perdas florestais.
Trechos do texto aprovado pelos deputados desagradam também ao governo da presidente Dilma Rousseff, que deve buscar mudanças na matéria quando ela for analisada pelo Senado.
O Inpe informou que em junho deste ano 21 por cento da área da Amazônia Legal --região formada por Acre, Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão-- estava coberta por nuvens, o que impossibilitou a análise dos satélites. Em junho de 2010 essa área correspondia a 28 por cento da Amazônia Legal.
O desmatamento da Amazônia é o principal responsável pelas emissões de gases do efeito estufa brasileiras. O país assumiu compromissos internacionais de redução de suas emissões e do desmatamento da floresta.
A adoção dessas metas é parte dos esforços que o país vem empreendendo nos últimos anos para conquistar um protagonismo ambiental no cenário internacional.

(Com informações de Afra Balazina, de O Estado de S. Paulo)

Fonte: Estadao

Imagina como será após aprovação das alterações do código florestal ratificadas no Senado? será muito maior, o pais está mais uma vez perdendo,podemos ter desenvolvimento sem desmatamento, mas não é isso que está se fazendo
dados científicos e econômicos a pesquisas de opinião - a Câmara dos Deputados aprovou em maio um projeto de lei que induz ao desmatamento e anistia os desmatadores, não estimula a recuperação das áreas já degradadas e pode levar ao fim das Áreas de Preservação Permanente (APP) e de Reserva Legal (RL), entre outros graves prejuízos para o país..

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