domingo, 7 de agosto de 2011

Pecuária ilegal ainda é mais lucrativa -em um ambiente de impunidade, as fazendas irregulares tendem a predominar.


Na região de Paragominas, no Pará, os fazendeiros que mais lucram com a pecuária são os que desrespeitam a legislação ambiental e trabalhista.  A conclusão é do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que publicou um levantamento do impacto da regularização socioambiental na pecuária paraense.

Mesmo com a adoção de práticas que aumentem a produtividade, as "fazendas regulares seriam menos atrativas financeiramente do que as fazendas irregulares com alta produtividade".  Isso em um cenário de impunidade total, isto é, sem multas e embargos ambientais e trabalhistas.  A Taxa Interna de Retorno de uma fazenda irregular de 1.000 hectares, por exemplo, seria quase o dobro de uma fazenda regularizada do mesmo tamanho.


O estudo foi realizado para contribuir para o entendimento de quais são as barreiras e as oportunidades para melhorar a gestão ambiental do setor.  O crescimento da pecuária nas últimas décadas na Amazônia está associado a problemas socioambientais, tais quais: o desmatamento ilegal, conflitos fundiários e trabalho análogo à escravidão.

Para eliminar a impunidade e melhorar o desempenho da pecuária regularizada, o relatório sugere a adoção de algumas medidas de políticas públicas, como aumentar a eficácia da fiscalização e facilitar a regularização, compartilhar a responsabilidade socioambiental da cadeia produtiva e criar condições para investimentos em produtividade.

Para ler o documento na íntegra, clique aqui.





Em um ambiente de impunidade, as fazendas irregulares tendem a predominar, portanto  a regularização ambiental da pecuária, que é dever legal dos fazendeiros, gera benefícios para toda a cadeia de negócios (previsibilidade do fornecimento, redução de riscos socioambientais, legais e de reputação). Logo, os agentes da ponta da cadeia deveriam ampliar sua participação nos esforços de regularização para assegurar esses benefícios.



Um incentivo seria o mercado pagar um preço adicional pelo gado oriundo de fazendas certificadas, O poder público deve investir na melhoria dos serviços públicos e infraestrutura (por exemplo, energia, estradas, educação e pesquisa) e criar condições e segurança para a empresa rural investir em produtividade. O aumento da produtividade geraria receita para a regularização socioambiental.


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